Corrupção afeta estudantes de Mato Grosso
Alunos, pais e professores estão preocupados com as obras que iniciaram nas escolas e foram paralisadas devido à “Operação Rêmora”, realizada neste mês pelo Grupo de Atuação e Combate à Corrupção (Gaeco).A operação investiga licitações
Alunos, pais e professores estão preocupados com as obras que iniciaram nas escolas e foram paralisadas devido à “Operação Rêmora”, realizada neste mês pelo Grupo de Atuação e Combate à Corrupção (Gaeco).
A operação investiga licitações fraudulentas e suposta cobrança de propina em contratos da Secretaria de Estado de Educação. No total, são 16 obras que seguirão paralisadas por suspeita de corrupção. Juntas, elas somam um investimento de mais de R$ 20 milhões.
A Escola Estadual “Arlete Maria da Silva”, em Várzea Grande, é uma delas. Os 900 alunos seguem estudando em salas de madeira improvisadas pela construtora que faria a reforma geral da escola. A E-TAG Construções e Comércio é a responsável pela obra. A diretora da unidade, Ocilene Célia, explicou que na escola a quadra foi demolida e as salas antigas foram quebradas.
Maria do Carmo Souza afirma que os netos estudam na unidade e o medo é que por causa da operação, a obra siga parada.
“Os alunos estão em uma situação desconfortável, em salas de madeira. Tememos que a situação prolongue. Geralmente, uma obra pública já demora, imagine agora que está em investigação”, disse Maria do Carmo.
Carminda Gomes também confirma o temor no destino das obras. “Nossos alunos não podem pagar pelos erros dos outros, vejo que não havia necessidade nenhuma de a obra parar, ainda mais se a empresa já recebeu pelo serviço. É uma situação lamentável”, disse.
A Secretaria de Estado de Educação, por meio da assessoria de imprensa, informou que o secretário interino, José Arlindo de Oliveira Silva, determinou a suspensão. A medida tem prazo de 60 dias. “Ao todo foram suspensas licitações de 16 obras, que somam mais de R$ 20 milhões, nos municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Nobres, Barra do Bugres, Cláudia, Tapurah, Santo Antônio de Leverger e Primavera do Leste. Doze empresas participaram dos certames”, destaca trecho de nota.
Segundo a Seduc, se nesse período forem confirmadas as fraudes, serão realizadas novas licitações, tendo em vista as necessidades da comunidade escolar.
Entre as obras paralisadas estão a de R$ 2,494 milhões, que pertence a Anamil Construtora LTDA para executar obras na Escola Estadual Benedito de Carvalho, em Cuiabá.
A da Escola Estadual Newton Alfredo Aguiar, em Cuiabá, pelo valor de R$ 2,319 milhões da Luma Construtora LTDA. A Escola Estadual Dorothy Stang no valor de R$ 2,263 milhões, sediada em Cuiabá, tocado pela São Benedito Construtora Civil LTDA, entre outras.
INVESTIGAÇÃO - A Operação Rêmora foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) no início deste mês a fim de combater fraudes em licitações e contratos administrativos de construções e reformas de escolas que teriam ocorrido na Seduc.
As irregularidades nos processos licitatórios teriam começado em outubro de 2015 e envolveram pelo menos 23 obras de reforma e construção de escolas públicas que totalizam mais de R$ 56 milhões.
Conforme investigação, os funcionários públicos recebiam informações privilegiadas sobre as licitações e organizavam reuniões com empreiteiros para fraudar a livre concorrência do processo licitatório.
Fonte: Aline Almeida-DC
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