Deputado cita "princípios cristãos" e diz que irá processar Riva
Na audiência, ele citou os nomes de 34 supostos beneficiários da propina
O deputado estadual Sebastião Rezende (PSC) afirmou que irá acionar judicialmente o ex-deputado José Riva, em razão de ter sido citado por ele como um dos beneficiários de uma espécie de “mensalinho” durante o Governo Blairo Maggi (PP).
Além do parlamentar, Riva acusou outros 33 deputados de receberem propina para apoiar o Governo do atual ministro da Agricultura.
A acusação de Riva foi feita no reinterrogatório da ação penal derivada da Operação Imperador, que ocorreu na tarde de sexta-feira (31). A audiência foi conduzida pela juíza Selma Arruda, da Vara Contra o Crime Organizado da Capital.
Por meio de nota, Rezende afirmou que sua vida pública sempre foi voltada para o “atendimento à comunidade”. Ele ressaltou que nunca se envolveu em “disputas políticas”, como as travadas por cargos na Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, entre outras.
Para o parlamentar, o depoimento de Riva tentou atingir sua honra que, segundo ele, é firmada em princípios cristãos, éticos e morais.
“Com base nestes princípios constituídos da personalidade, ao longo da vida religiosa, familiar, profissional e política, assim não restam dúvidas em manejar o direito de ação consistente em interpelação judicial, ação constitucional de reparação por danos morais e ação criminal”, disse em trecho da nota.
“Essa posição sempre será tomada para proteger o zelo pelos direitos constitucionais de imagem e personalidade na busca de resguardar a honra. Seguiremos acompanhando os acontecimentos para adotar outras medidas pertinentes”, completou.
As acusações
O ex-deputado estadual José Riva revelou que os governos do falecido Dante de Oliveira, do atual ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PP) e de Silval Barbosa (PMDB), pagavam propinas milionárias para deputados, no intuito de ter o apoio deles na Assembleia Legislativa.
Apenas de 2005 a 2008, segundo Riva, o governo de Blairo teria repassado um total de R$ 37,5 milhões a boa parte dos deputados à época.
"Nesse período [2003 a 2004] foram movimentados R$ 1,1 milhão. Em 2005 aumentou para R$ 3,4 milhões. Em 2006 foram R$ 6 milhões. Em 2007, quando era presidente o Sérgio Ricardo, R$ 12 milhões. Em 2008, R$ 15 milhões", disse Riva, que foi ex-presidente da Assembleia por vários mandatos.
Na audiência, ele citou os nomes de 34 supostos beneficiários da propina. Além de Sebastião Rezende estão na lista: o ex-deputado e ex-governador Silval Barbosa; o ex-deputado e atual conselheiro afastado do TCE, Sérgio Ricardo; os deputados Mauro Savi, Dilceu Dal Bosco, Pedro Satélite, Zé Domingos, Guilherme Maluf, Gilmar Fabris, Wagner Ramos, Adalto de Freitas; o ex-deputado e atual secretário adjunto da Casa Civil, Carlos Brito; o ex-deputado e atual conselheiro do TCE, Campos Neto; os ex-deputados Nilson Santos, Airton Português, Eliene Lima, Maksuês Leite, Ademir Bruneto, João Malheiros, Zeca D'Ávila, Nataniel de Jesus, Antônio Brito, José Carlos de Freitas, João Malheiros e Renê Barbour; o ex-conselheiro do TCE Alencar Soares; o ex-deputado e ex-secretário de Educação, Carlão Nascimento; o ex-deputado e ex-prefeito de Várzea Grande, Wallace Guimarães; o ex-deputado e ex-prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz; o ex-deputado e ex-conselheiro do TCE, Humberto Bosaipo; o ex-prefeito de Sinop, Juarez Costa;o ex-deputado e ex-prefeito de Cuiabá, Chico Galindo; a ex-deputada e ex-vereadora Chica Nunes e o já falecido ex-deputado Walter Rabello.
Fonte: DOUGLAS TRIELLI/MIDIA NEWS
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