Governador de MT entra com representação contra promotor que denunciou escutas telefônicas
Taques nega ter conhecimento do esquema de escutas telefônicas, que teria ocorrido entre outubro de 2014 e agosto de 2015.
O governador Pedro Taques (PSDB) entrou com uma representação no Ministério Público do Estado, no Conselho Nacional do Ministério Público e na Procuradoria-Geral da República contra o promotor de Justiça Mauro Zaque, que foi secretário de Segurança Pública do estado em 2015 e denunciou um esquema de escutas telefônicas operado pela Polícia Militar de Mato Grosso que incluía os números de telefone de políticos, advogados, jornalistas, servidores públicos e médicos, entre outros.
Acionada por Zaque, a PGR investiga se Pedro Taques sabia das escutas telefônicas e quem mandou que as interceptações fossem feitas. O promotor afirma ter assinado um documento, em outubro de 2015, enquanto secretário de Segurança, e entregue ao governador sobre a existência de um escritório clandestino de espionagem no estado.
Na representação, o governador acusa Zaque de falsificação de documento público, prevaricação e denunciação caluniosa. Ele diz que o documento citado pelo promotor foi fraudado e que o número de protocolo apresentado seria, na verdade, referente a um processo que tramita na Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) sobre a necessidade de conclusão de estradas em Juara, município a 690 km de Cuiabá.
Taques nega ter conhecimento do esquema de escutas telefônicas, que teria ocorrido entre outubro de 2014 e agosto de 2015. Entre os que tiveram os telefones grampeados estão a deputada estadual Janaína Riva (PMDB), que faz oposição ao governador, e o advogado José do Patrocínio, que atuou na campanha do partido que perdeu as eleições para Taques, em 2014.
Os números foram incluídos a pedido da Polícia Militar numa suposta investigação aberta para apurar a participação de PMs no crime de tráfico de drogas. A inclusão de pessoas que não são suspeitas dos crimes apurados é conhecida como “barriga de aluguel“. O pedido para que os telefones fossem interceptados partiu de um cabo da PM que atualmente é lotado na Casa Militar, no Palácio Paiaguás, onde fica o gabinete do governador.
Depois da denúncia da existência do esquema, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso e a Polícia Militar anunciaram que abriram investigação para apurar o caso.
Fonte: G1
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