Incendiários incriminam gestor e apontam conspiração para culpar Deputado
Na lista forjada para incriminar pessoas estariam o ex-prefeito e deputado estadual Valdir Barranco (PT) e o vice-prefeito, Jeremias Baioco (PP).
Depoimento de envolvidos no incêndio criminoso da Prefeitura de Nova Bandeirantes (a 1 mil km de Cuiabá), ocorrido em outubro do ano passado, ligam o prefeito Valdir Rio Branco ( PSB) ao crime. Os documentos foram obtidos com exclusividade por RDNews. Segundo os depoentes Juliano Rocha e Juliano Guedes, uma reunião foi realizada na chácara do então gestor, onde pediram que ele escolhesse entre 10 pessoas para que acusassem de serem os mandantes.
Na lista forjada para incriminar pessoas estariam o ex-prefeito e deputado estadual Valdir Barranco (PT) e o vice-prefeito, Jeremias Baioco (PP). Como pagamento pela ação criminosa, Rocha e Guedes receberiam R$ 15 mil e a garantia de que o advogado Thiago Pereira, filho de Valdir Rio Branco, patrocinaria a defesa na Justiça.
No depoimento prestados nos dias 30 de novembro e 3 de dezembro de 2017, na Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz) de Cuiabá, Rocha e Guedes detalharam como se deu o planejamento para incendiar a Prefeitura de Nova Bandeirantes e afirmaram que a ordem teria partido do secretário de Obras, José Gabriel Bueno Schmitt, o Cica, e do empresário conhecido como Vagner, proprietário da Loja Imperial.
Rocha confirmou que participou do incêndio criminoso na Prefeitura de Nova Bandeirantes e que Cica e o empresário Vagner pediram que ele arrumasse alguém para ajudar. Foi neste momento que chamou um homem identificado como Ratão e que ofereceram R$ 50 mil pelos serviços.
“Ratão ofereceu R$ 10 mil reais e inclusive mostrou até o pacote do dinheiro, sendo que sua participação consistia em apenas ficar na frente do Mercado Verza para informar se os “homens” (policiais) aparecessem nas proximidades”, diz trecho do depoimento.
Após o incêndio, Rocha explica que foi para casa de uma tia que reside na cidade. E na sequência, Guedes o procurou levando um recado de Cica e Vagner, no qual oferecia R$ 5 mil para que ele incluísse falsamente o nome de outras pessoas no crime.
“Levou em uma chácara onde estava um senhor de óculos “Klebão”, um pequenino e o doutor Thiago que falaram que iam dar o dinheiro e o que falariam na delegacia de Nova Bandeirantes”, completa.
O depoente destacou que antes de decidir contar a verdade, foi para Apíacás, mas antes sofreu uma tentativa de assassinato em Alta Floresta, próximo a escola Cecília Meireles, quando desferiram cinco tiros de dentro de um carro Vectra. Com isso, começou a mandar mensagens para Guedes cobrando o pagamento pelo falso depoimento, que nunca foi pago.
Rocha e Guedes afirmam em depoimento que as reuniões em que decidiram o que falar nos depoimentos foram realizadas na Chácara do prefeito Valdir Rio Branco. Segundo o depoimento Guedes, as reuniões e o pagamento foi realizado pelo advogado Thiago Pereira, filho do gestor.
Fogo
O incêndio ocorreu na madrugada do dia 2 de outubro, quando dois homens armados teriam abordado o segurança e utilizado de algum tipo de líquido inflamável para iniciar as chamas. Três caminhões pipas contribuíram para que o fogo fosse controlado. O setor administrativo da Prefeitura de Nova Bandeirantes ficou totalmente destruído. Com isso, a documentação do RH, Contabilidade, Licitações, Tributos e Compras entre outros arquivos foram queimados.
A Polícia Civil passou a investigar o caso, que pode estar atrelado com a operação Loki, deflagrada no último dia 20 de setembro para apreender documentos, computadores e celulares que possam comprovar indícios de crimes contra a administração pública.
Às 20h20 - Outro Lado
O prefeito Valdir Rio Branco afirma que é inocente e que Rocha e Guedes mudaram a versão dos fatos em novo depoimento à Polícia Civil, o que afasta seu envolvimento no caso. No entanto, não apresentou termos de declaração e nenhum outro documento comprobatório. Já seu filho Thiago Pereira, com os ânimos alterados, optou pela intimidação e ameaça.
Fonte: RDNews
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