Indea confirma foco de raiva bovina em Colíder
Um foco de raiva bovina colocou vários produtores rurais em alerta em Colíder. De acordo com o chefe do Indea do município, Newton Castilho, o foco surgiu em uma propriedade próxima ao Trevo Ouro Verde, há poucas semanas.Um animal morreu e outros doi
Um foco de raiva bovina colocou vários produtores rurais em alerta em Colíder. De acordo com o chefe do Indea do município, Newton Castilho, o foco surgiu em uma propriedade próxima ao Trevo Ouro Verde, há poucas semanas.
Um animal morreu e outros dois foram sacrificados. A doença foi comprovada por exame laboratorial. O Indea tomou todas as providências, determinando a vacinação imediata do rebanho, das pessoas que moram na fazenda e até mesmo dos animais domésticos.
Após 21 dias, deve ser feita uma nova vacinação, como reforço. A vacinação também foi determinada para todas as propriedades em um raio de 12 km da área onde o foco foi detectado. De acordo com Castilho, a doença provavelmente foi transmitida por morcego hematófago.
“Fizemos todo o monitoramento. Outras propriedades também são orientadas a vacinar, mas a obrigatoriedade cai somente sobre as que ficam mais próximas, em raio de 12 km. Lembramos que a raiva é uma zoanose grave, sem tratamento, que pode ser transmitida a humanos, através do contato com animais infectados”, explicou ele, ao Nortão Online.
O perigo não ronda apenas os rebanhos. A raiva é uma zoonose, isto é, uma doença animal transmissível ao homem.
Nas regiões endêmicas, o controle da raiva é feito com a vacinação sistemática de 100% dos animais susceptíveis e o controle dos morcegos hematófagos. O controle dos morcegos hematófagos é realizado através da captura e utilização de uma pasta anticoagulante no dorso dos animais capturados, que são libertados e voltam à toca de origem. Quando os demais morcegos da colônia lambem o anticoagulante morrem de hemorragia generalizada.
Principal transmissora da doença, a espécie de morcegos Desmodus rotundus é facilmente encontrada em cavernas, ocos de árvores, minas e casas abandonadas. Alimenta-se basicamente do sangue de mamíferos, mas também ataca aves, como galinhas. Os animais vivem em bandos e podem formar colônias com até 300 indivíduos.
Após a transmissão, o vírus desloca-se para o sistema nervoso e o curso da doença leva em média 10 dias. O período de incubação da enfermidade varia de 3 a15 semanas. Nos bovinos a forma clínica mais comum é a raiva paralítica, entretanto, podem ocorrer casos de raiva furiosa.
O animal afetado apresenta uma hipersensibilidade a todos os fatores externos. Ocorre uma nítida mudança de hábito, os sintomas evoluem para perda da consciência, mugido rouco, aumento do volume e presença de espuma na saliva, midríase, fezes secas e escuras, andar cambaleante, paralisia dos membros posteriores, e evolução para a paralisia dos anteriores. A morte ocorre 4 a 8 dias após o início dos sintomas.
Dados alarmantes
Em Mato Grosso foram registrados no primeiro semestre deste ano 23 focos da doença. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) em parceria com o Instituto de Defesa agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) levanta com preocupação o debate sobre a doença e a importância da vacinação.
“É muito mais rentável que o produtor rural vacine seu gado e assim previna a doença. O objetivo é resguardar o produtor e sua produção”, disse o médico veterinário e analista de pecuária da Famato, Marcos de Carvalho.
Apesar de não ser uma vacina obrigatória como a da aftosa, é necessária para o rebanho. É de fundamental importância que o produtor rural faça a comunicação da vacinação e das ocorrências de animais com sinais de doença nervosa ao Indea-MT. Os animais vacinados pela primeira vez devem ser revacinados 30 dias após a primeira dose. Depois o rebanho deve ser vacinado anualmente.
Fonte: Gazeta Digital
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