Pedágio na Ponte Sobre o Rio Juruena na MT-170 Continua por Tempo Indeterminado
No dia 21 de agosto de 2014, no Centro de Eventos do município de Comodoro, onde estiveram presentes representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT-MT), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Polícia Rodoviária Federal, al
No dia 21 de agosto de 2014, no Centro de Eventos do município de Comodoro, onde estiveram presentes representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT-MT), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), Polícia Rodoviária Federal, além de dois Procuradores da República do Estado de Mato Grosso e lideranças indígenas da etnia Enawenê-Nawê.
A reunião teve como objetivo a solicitação por parte da etnia Enawenê-Nawê para a manutenção do ramal que liga a aldeia, com aproximadamente 800 habitantes, à rodovia MT-174 para viabilizar o atendimento de saúde, educação e a implantação de projetos sustentáveis.
O ramal citado tem aproximadamente 48 km, e necessitaria urgentemente a recuperação de pontos críticos devido as chuvas, não só a recuperação foi exigido como também o cascalhamento da via, portanto, foi realizado contratação emergencial para correção dos possíveis pontos críticos do ramal com prazo máximo de início dos trabalhos em 15 de setembro de 2014.
Fato este que não ocorreu, e novamente a etnia decidiu trancar a ponte do rio Juruena, na MT-170 que liga Brasnorte à Juína, justificando o bloqueio com base no não cumprimento do combinado por parte do Governo do Estado e da urgência de tais obras.
Infelizmente tem se tornado normal essa situação na rodovia, onde surgindo alguma emergência o bloqueio é realizado, e não é por menos, pois as arrecadações andam boas, sendo mais fácil do que cobrar em frente a órgãos públicos responsáveis pelos cumprimentos das obras.
A equipe da Folha de Juara e Jornal Semanaol, nesta segunda (06), constatou que o pedágio cobrado atualmente pela etnia, varia entre R$ 50,00 e R$ 100,00, o primeiro valor é válido somente para motocicletas, os demais veículos pagam R$ 100,00.
No tempo em que a reportagem esteve no local, notamos que alguns motoristas davam marcha ré ao avistarem o grupo indígena na ponte e as torras espalhadas pelo asfalto, outros, se aproximavam de forma cautelosa, e os que passavam reclamavam do abuso realizado pela etnia na cobrança do pedágio tanto na ida quanto na volta, além do descaso do governo do estado em se tomar providências.
Durante a conversa com os representantes do grupo, foi nos informado que enquanto o governo não der resposta, eles mesmo estarão "arrecadando" recursos para a manutenção do ramal. Se realmente o dinheiro arrecadado será de fato utilizado para a manutenção da via, isto não podemos confirmar, o que pode ser dito é que a "arrecadação" continuará por tempo indeterminado conforme lideres do bloqueio, até que se tome alguma providência por parte dos órgãos públicos.
A FUNAI de Juína informou que a responsabilidade é do governo do estado que prometeu as obras, e que ante do bloqueio houve uma conversa onde os representantes da FUNAI comentaram para os líderes da etnia que o bloqueio da ponte não seria a melhor solução para a resolução dos problemas, apesar disso realizaram o bloqueio.
"Eles são livres para fazer o que quiserem, nós tentamos conversar para que eles mudassem de ideia, infelizmente não deu certo, agora cabe ao governo do estado", comentou o Coordenador Regional da Funai, Antonio Carlos Ferreira de Aquino.
Por: Emerson Trindade
Jornal Semanaol
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