Produtores de MT focam na qualidade das sementes para próxima safra
O planejamento da safra de soja 2015/2016 começou há vários meses para a maioria dos produtores de Mato Grosso. O engenheiro agrônomo Airton Guimarães Botaro é proprietário de uma empresa que compra insumos para fazendas e, para o plantio previsto
O planejamento da safra de soja 2015/2016 começou há vários meses para a maioria dos produtores de Mato Grosso. O engenheiro agrônomo Airton Guimarães Botaro é proprietário de uma empresa que compra insumos para fazendas e, para o plantio previsto para outubro, só em sementes ele adquiriu para os produtores que atende 52 mil sacas de sementes de soja, entre fevereiro e março deste ano.
Segundo o engenheiro agrônomo, alguns critérios são essenciais na hora de escolher a semente para os clientes. “Levamos em consideração o histórico da empresa fornecedora da semente, o preço e o principal: a qualidade. A semente é a base de toda safra e tem que ser de extrema qualidade”, explica Airton Guimaraes Botaro.
Segundo o último levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) sobre os custos de produção para a próxima safra, os produtores estão investindo R$ R$ 2.031,89, por hectare. “Só em sementes o custo estimado pelo IMEA é de R$ 267,78, por hectare. Levando em consideração os valores dos transgênicos, que correspondem a 80% do plantio no estado”, afirma o analista do IMEA, Ângelo Ozelame.
O grupo que Airton atende é composto por 31 produtores, responsáveis pelo plantio de 50 mil hectares. Conforme o engenheiro agrônomo, com a garantia de boa procedência da semente o impacto no custo de produção tende a ser menor. “Tendo pureza, boa germinação, vigor e sementes resistentes às pragas o produtor certamente terá menor custo ao longo da safra e mais tranquilidade”, afirma.
E não é só isso, segundo analisa o gerente comercial do Grupo G4 Sementes, Ademar de Oliveira. Ele lembra que as sementes de boa procedência a que Airton se refere são frutos de investimento em pesquisas, o que tem impactado no futuro da produção agrícola.
“Quando a semente tem boa procedência e qualidade o produtor garante baixo custo de produção e maior lucratividade de forma imediata, e por outro lado também garante a evolução das pesquisas. Infelizmente ainda vemos muitos casos de sementes piratas em Mato Grosso, o que é um dano à produção agrícola de forma geral. Quando o produtor comercializa semente salva, sem procedência e sem histórico, os problemas começam a surgir e se torna um risco para os produtores. Diria que é um tiro no pé”, analisa Oliveira.
Ele ressalta que nos últimos 20 anos o investimento em pesquisa tem assegurado a evolução da produtividade mato-grossense. “Todo produtor reconhece isso. Hoje temos variedades resistentes a nematoides, ferrugem asiática, resistentes a lagartas, há evolução e isso se deve à pesquisa. É uma conquista do produtor e que perpetua a lucratividade das lavouras. Piratear e não pagar pelos royalties é fechar as portas para a pesquisa”, afirma.
Segundo Ademar, um caso chama a atenção quando se trata de sementes piratas. “Os Estados Unidos estão atrasados em 15 anos em relação à Europa na produção de trigo. Começaram a piratear as sementes o que levou a um atraso em pesquisa e hoje estão defasados. Não podemos permitir situações como esse, em um momento que a agricultura brasileira já obteve tantos avanços”.
Da Assessoria
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