Riva descarta delação premiada e diz que tem convicção na própria defesa
O ex-presidente da Assembleia José Riva, preso desde 13 de outubro em decorrência da Operação Célula Mãe, que apura o desvio de R$ 1,7 milhão dos cofres do Legislativo, descartou firmar acordo de delação premiada. Os rumores surgiram depois que d
O ex-presidente da Assembleia José Riva, preso desde 13 de outubro em decorrência da Operação Célula Mãe, que apura o desvio de R$ 1,7 milhão dos cofres do Legislativo, descartou firmar acordo de delação premiada. Os rumores surgiram depois que dois dos seus advogados sondaram o Ministério Público Estadual (MPE) e o Ministério Público Federal (MPF) sobre a possibilidade.
Riva afirma que não pretende tornar-se colaborador da Justiça porque acredita na possibilidade de ser inocentado nas instâncias superiores. “Eu tenho muita convicção na minha defesa. Vejo muita dificuldade na primeira instância, mas eu tenho certeza que na hora que for analisado tecnicamente, em todos os processos, eu tenho grande possibilidade de lograr êxito”, declarou após audiência de instrução realizada na tarde desta segunda (15).
Conforme apurou o Blog do Romilson, o MPE aceitaria firmar acordo de delação premiada com Riva já que pelo menos 90% das ações contra o ex-parlamentar se concentram na Justiça Estadual. O MPF, no entanto, não vê nenhuma vantagem por conta das provas robustas levantadas pela Operação Ararath e seus desdobramentos.
Célula Mãe
A Operação Célula Mãe, que é um desdobramento da Operação Metástase, apurou que os R$ 1,7 milhões supostamente desviados da Assembleia serviram para pagamento de despesas pessoais de Riva, como por exemplo, combustível da aeronave particular e honorários advocatícios. Outra parte da verba também servia para "mensalinho" para políticos e lideranças do interior do Estado, além da distribuição de "mimos" como uísques, pagamentos de festas de formaturas inclusive de faculdades particulares, jantares e serviços de massagistas.
Os recursos supostamente desviados através de notas fiscais falsificadas eram provenientes da chamada verba de suprimento, extinta pela Mesa Diretora da Assembleia em 2015. Os ex-servidores do gabinete de Riva, Maria Helena Caramelo e Geraldo Lauro, também estão presos.
Metástase
A Operação Metástase investiga o suposto desvio de aproximadamente R$ 2 milhões por meio da verba de suprimentos na Assembleia, que tinha como finalidade custear compras emergências de produtos como marmitas, cartuchos e materiais gráficos. A Operação foi deflagrada, em 23 de setembro, e resultou no mandado de prisão de 22 pessoas ligadas ao Legislativo.
Conforme informações do Gaeco, as notas fiscais utilizadas para justificar as compras eram falsificadas. Os saques eram de valores pequenos e feitos pelos servidores, que supostamente repassavam o recurso para os líderes do esquema.
Prisões
Riva foi preso a primeira vez neste ano, em 21 de fevereiro, em decorrência de suposto desvio de R$ 62 milhões da Assembleia, investigado na Operação Imperador, que também investiga desvio de recursos da Assembleia. A captura foi feita pelo Gaeco na residência do ex-parlamentar, localizada no bairro Santa Rosa, em Cuiabá. Ele ficou quatro meses no Centro de Custódia de Cuiabá.
A segunda prisão ocorreu em 1º de julho, também pelo Gaeco, na deflagração da Operação Ventríloquo. Dessa vez, Riva foi acusado de comandar suposto esquema que teria desviado cerca de R$ 10 milhões do Legislativo, via acordo judicial referente à dívida contraída com o banco HSBC ainda nos anos 90. A prisão foi revogada cerca de 13 horas depois.
Os três mandados de prisão contra Riva cumpridos em 2015 foram expedidos pela juiza Selma Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá.
Edicação: Jacques Gosch
Colniza Noticias/RD News
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