Taques herda dívida de R$ 1,7 bilhão e salários podem ter atrasos
Dados apresentados pelo governador eleito Pedro Taques (PDT) apontam que a ‘herança’ deixada pela atual gestão é, no mínimo, indigesta.Em audiência pública nesta segunda-feira, a equipe transição revelou que o próximo governador assumirá o G
Dados apresentados pelo governador eleito Pedro Taques (PDT) apontam que a ‘herança’ deixada pela atual gestão é, no mínimo, indigesta.Em audiência pública nesta segunda-feira, a equipe transição revelou que o próximo governador assumirá o Governo do Estado com déficit orçamentário de R$ 1,790 bilhão.
“É algo em torno de R$ 800 milhões de despesas de pessoal sem cobertura, R$ 600 milhões de custeio das secretarias em relação a Lei Orçamentária de 2014 e também sem previsão orçamentária, e em torno de R$ 400 milhões com custo da dívida consolidada que não está prevista no orçamento que nós temos em mão”, explicou o futuro secretário de Planejamento, Marco Marrafon.
Os restos a pagar, que são despesas empenhadas e não pagas até 31 de dezembro, devem somar R$ 767 milhões. Este valor pode ser reduzido. “Fica dependendo muito do Fex (Fundo de Exportação), mas a previsão oficial do que ainda falta é em torno de R$ 178 milhões, no máximo R$ 230 milhões. E também o dinheiro que deveria estar em caixa, no financeiro ou na conta corrente do Governo do Estado e a notícia que nós temos é que não existe”, destaca o secretário.
Marrafon atribuiu o déficit do Estado a uma soma de fatores, constada em problema de gestão do atual Governo, gastos sem planejamento e falta de organização. “A gente vê que aumentou contratos de prestação de serviços, aumentou com pessoal, aumentou o custo da dívida, ou seja, todas as áreas aumentou um pouquinho e isso gera a soma”, afirma.
Sobre as declarações do atual Governo, de que deixará R$ 1 bilhão, em caixa, o futuro secretário afirma ser praticamente impossível. Mesmo assim, ele declara ser insuficiente, diante da situação em que o Estado se encontra. “Se encontrar vai estar tudo consumido em dívidas, isso que estou dizendo para vocês são dívidas que não tem dinheiro, nem orçamento”, afirma.
A situação é tão grave que, segundo o secretário, até mesmo a folha de pagamento dos servidores públicos, pode ser comprometida para o próximo ano. “Por enquanto (a folha) ainda não está comprometida, mas é possível. Se continuar deste jeito não resiste ao ano que vem. Tem que ter a reforma para que não tenha dificuldades em pagar folha”
Para sanar as dificuldades financeiras e garantir os investimentos prometidos em campanha, o governo que assume terá duas missões: aumentar a arrecadação e promover a reforma administrativa ainda nos primeiros meses de gestão.
O secretário disse que a Lei Orçamentária prevê o aumento das receitas, mas de maneira tímida. Os técnicos da gestão que assume já estudam uma maneira de ampliar a arrecadação. “Esse aumento também não pode ser feito com aumento de tributos. Nós temos que pensar em desenvolver o Estado, estabelecer política de desenvolvimento econômico com segurança jurídica e também reduzir a máquina pública”
Já a redução a reforma tem como objetivo cortar gastos. Ele afirmou que a redução de cargos e demissão de servidores é inevitável. “Aquilo que tiver além da gordura, será cortado para bem dos próprios servidores e da população. O que for essencial não será cortado”, disse.
COMBATE A CORRUPÇÃO
Durante a audiência, o governador eleito anunciou que terá na estrutura do Estado um gabinete de transparência e combate a corrupção. O objetivo será fiscalizar e impedir eventuais desvios de conduta nas secretarias de Estado.
A escolhida para a função é a economista Adriana Vandoni. Ela disputou a eleição para deputada estadual neste ano, obtendo mais de 9 mil votos, e é de extrema confiança do governador eleito.
Fonte: Folha Max
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