Vereador de MT é cassado suspeito de pagar dívida com verba da Câmara
O vereador Rallide Cristiano de Andrade (PDT) teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores de Nobres, a 151 km de Cuiabá, nesta quinta-feira (31) por quebra de decoro parlamentar e improbidade administrativa no período em que esteve na presidência
O vereador Rallide Cristiano de Andrade (PDT) teve o mandato cassado pela Câmara de Vereadores de Nobres, a 151 km de Cuiabá, nesta quinta-feira (31) por quebra de decoro parlamentar e improbidade administrativa no período em que esteve na presidência do órgão. O relatório da Comissão Processante que apurou os indícios de crimes aponta que o parlamentar teria pago dívidas pessoais com verba da Casa de Leis. O G1 tentou, mas não conseguiu localizar o vereador para que pudesse se manifestar sobre a cassação por unanimidade de votos.
Durante as investigações, os proprietários dos estabelecimentos comerciais prestaram depoimento e um deles disse que o pagamento no valor de R$ 11.080,00 foi pago para saldar parte de uma dívida, de R$ 50 mil, referente à compra de uma caminhonete Hilux. O parlamentar teria entregue uma caminhonete à empresa e parcelado o restante do valor em 10 vezes de R$ 5 mil, que seriam pagos com dinheiro da instituição.
Consta do relatório que a testemunha foi 'categórica' ao afirmar que não havia prestado nenhum serviço à Câmara. Porém, o ex-presidente negou à comissão que o valor teria sido pago para aquisição de veículo particular, mas pela locação de veículo que estava à disposição da presidência.
"Não prospera a tese de defesa por alguns motivos. Primeiro, não seria lógico acreditar que a Câmara Municipal necessitaria da locação de um veículo principalmente em período de recesso", diz o relatório da comissão que levou à cassação do mandato do vereador.
Recursos da Câmara também teriam sido usados para o pagamento de compras de mercadorias, incluindo R$ 5 mil em produtos de limpeza, e de cestas básicas para doações particulares. As compras também teriam sido feitas durante o período de recesso parlamentar. "Eram feitas compras de uso pessoal e solicitado o preenchimento das notas por produtos utilizados pela Casa de Leis. Os produtos efetivamente utilizados eram: carnes, frutas, leite condensado, produtos de limpezas e algumas vezes eram montados 'sacolões' para doações", diz o relatório.
Em depoimento, os funcionários de um mercado disse que haviam sido adquiridas carnes para churrasco e uma churrasqueira. O valor teria sido convertido na nota para produtos que a Câmara Municipal utiliza, como concluiu a comissão. "Não temos dúvida de que a conduta acima apontada, descrita na denúncia que iniciou o presente procedimento, se amolda perfeitamente a vergonhoso e repugnante ato de corrupção e improbidade administrativa".
Agência da Notícia com G1 MT
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