Fiscalização ambiental interrompe furto de madeira em Terras Indígenas de MT
Dentro da Operação Onda Verde, no final do mês de novembro, foram realizadas ações de fiscalização em terras indígenas do noroeste mato-grossense, combatendo ilícitos ambientais como desmatamento e furto de madeira. As ações foram executadas pe
Dentro da Operação Onda Verde, no final do mês de novembro, foram realizadas ações de fiscalização em terras indígenas do noroeste mato-grossense, combatendo ilícitos ambientais como desmatamento e furto de madeira. As ações foram executadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), em conjunto com a Fundação Nacional do Índio (Funai), com a Força Nacional de Segurança Pública e com o Batalhão da Polícia Ambiental, nas Terras Indígenas Manoki, município de Brasnorte, e Kawahiva do Rio Pardo, município de Colniza, distantes 580 e 1060 km de Cuiabá.
Uma ação ocorreu no interior da Terra Indígena Manoki, da etnia Irantxe, entre os dias 23 e 24 de novembro. A fiscalização ambiental se deparou com uma grande área de extração ilegal de madeira. Os infratores se evadiram do local e abandonaram nas áreas de exploração dois tratores, uma caminhonete e uma motocicleta. Foi localizado um acampamento no meio da floresta com produtos alimentícios e equipamentos para permanência no mato, como colchões, redes, vestuários, fogão e utensílios de cozinha.
Parte da equipe se deslocou até a aldeia indígena Irantxe mais próxima na busca de apoio para a retirada dos maquinários. O cacique e mais um indígena acompanhou a equipe até o local e cooperou na execução dos trabalhos.
Devido as péssimas condições dos tratores antigos, com equipamentos de segurança avariados, com ausência de luzes de sinalização, sem frenagem e oferendo riscos de acidente aos operadores, a equipe decidiu pela inutilização dos dois maquinários com uso de fogo. A caminhonete e a motocicleta foram apreendidas e retiradas do local, sendo depositadas na associação dos índios Irantxe. O acampamento foi destruído para dificultar a permanência dos invasores.
A Terra Indígena Manoki teve seus limites definidos em agosto de 2008, pelo Ministério da Justiça, e posteriormente foi demarcada pela Funai. Está localizada no município de Brasnorte, em região de expansão de lavouras agrícolas de grande porte, inclusive em seu interior. Devido a demora no processo de retirada dos ocupantes não índios, as atividades agropecuárias continuam sendo exercidas no interior da terra indígena. Mas o mais grave é o roubo de madeiras, principalmente por quadrilhas dos municípios de Nova Maringá/ MT e Brasnorte/ MT, ocasionando a dilapidação das matas nativas, o que pode comprometer a sobrevivência da população indígena do local.
Índios isolados
A outra ação foi na Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, criada em março de 2007 e que possui extensão de 411.848 hectares, e está localizada na margem esquerda do rio Aripuanã, divisa com o estado do Amazonas. Os índios Kawahiva são considerados isolados, pois evitam o contato com a “sociedade civilizada”.
“A pressão sobre a floresta desta região tem aumentado uma vez que são maciços florestais que ainda possuem espécies nobres, de alto valor comercial, como o ipê”, aponta o gerente executivo do IBAMA em Juina, Evandro Selva. “Nossa função é reagir na mesma medida e frear este processo de devastação ambiental”, complementa Selva. Com a intensificação da fiscalização na região noroeste, as quadrilhas não estão fazendo estradas de acesso enquanto se faz o corte e arraste das toras, a estrada só é feita quando do transporte. E esse transporte é realizado rapidamente nos finais de semana, com o uso de grande quantidade de caminhões.
Em um dos locais identificados pelo IBAMA foram encontrados um acampamento, um trator adaptado para arraste de toras e 161 toras das espécies de ipê, cerejeira e garapeira. Para chegar no local de extração foram rompidos 32 bloqueios montados pelos madeireiros invasores, o que demorou um dia e meio.
O acampamento e o trator foram destruídos, conforme prevê a legislação, para evitar que a extração ilegal prosseguisse. As toras de madeira foram inutilizadas com fogo e motosserra para inviabilizar o uso comercial. A quadrilha de invasores se evadiu com a chegada da fiscalização.
O Ibama continuará monitorando a região para impedir novas ações de desmatamento e furto de madeira de terras indígenas e outras áreas protegidas.
Fonte: Da Assessoria
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