IBAMA de Juína e FUNAI impedem avanço de desmatamento em área limite com a Terra Indígena kawahiva do Rio Pardo
A Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, no Mato Grosso, possui 411 mil hectares, foi delimitada pela Funai em março de 2007 e sua demarcação homologada pela Portaria nº 481, de 19 de Abril de 2016. Esta TI, é habitada por um povo nômade que vive em
A Terra Indígena Kawahiva do Rio Pardo, no Mato Grosso, possui 411 mil hectares, foi delimitada pela Funai em março de 2007 e sua demarcação homologada pela Portaria nº 481, de 19 de Abril de 2016.
Esta TI, é habitada por um povo nômade que vive em isolamento voluntário, que fala a língua tupi Kawahiva. O isolamento é considerado como uma estratégia de resistência pela FUNAI, por isso, muitos eram descrentes na real existência deste grupo a qual ficou comprovada após uma expedição coordenada pelo Indigenista Jair Catabriga Candor, em julho de 2011, ele conseguiu filmar um grupo dos Kawahiva na floresta.
(http://boletimisolados.trabalhoindigenista.org.br/2016/05/02/isolados-do-rio-pardo-a-historia-de-sobrevivencia-do-ultimo-grupo-kawahiva/)
Localizada no município de Colniza, a TI Kawahiva está inserida no chamado “arco do desmatamento”, região que possui os maiores índices de alertas de desmatamento do Mato Grosso. De acordo com o IBAMA isso é consequência de diversos fatores sendo o principal a grilagem de terras.
Nos últimos meses, várias propriedades foram invadidas na região noroeste. O IBAMA em Juína de posse das denúncias protocoladas no instituto e os limites da fazendas informados pelos supostos proprietários calculou que se somadas as áreas de reserva legal, ultrapassam 200 mil hectares de florestas. Nossa preocupação é que toda esta extensão de mata vá ao chão e vire cinzas Argumenta Lívia Martins Superintendente do IBAMA em MT. Já vivemos um ano atípico com menos chuvas na região e muito provável que as áreas desmatadas sejam incendiadas entre agosto e setembro e com isso outras áreas limítrofes também serão afetadas (Incêndio acidental) completa Lívia.
Numa destas propriedades conhecida como Agropecuária Baúru e também pelo nome de “Magali” a qual faz limite com a TI Kawahiva em sua porção nordeste, foi alvo de ação do IBAMA na última semana. Numa estrada de difícil acesso os agentes se depararam com desmatamento em andamento.
Abordagem a um dos responsáveis por desmate na Magali. Foto: IBAMA/JUINA
Uma estratégia para evitar a fiscalização é não abrir estradas na etapa inicial do desmate. O uso de motocicletas para adentrar as áreas é cada vez mais comum. O combustível é baldeado na garupa da moto junto com o motosserra. Quatro pessoas foram detidas, apreendidas duas motocicletas e dois motosserras. A mesma floresta que estavam derrubando serviu de esconderijo para parte do grupo que empreendeu fuga ao perceber a fiscalização.
As informações estão sendo analisadas para se chegar a todos os responsáveis pelos desmates.
Segundo Evandro Selva (gerente do IBAMA em Juína) não há bandeira no grupo invasor, ninguém se intitula chefe ou responsável, mas todos alegam precisar da terra. Indagados porque não estão acampados na área já aberta da propriedade até decisão judicial, argumentam que as áreas de pasto já possuem dono. A verdade é que poucos tem interesse em permanecer na terra e sim, abrir e formar pasto para vender no ano seguinte completa Selva.
Hoje no noroeste o desmatamento tem se concentrado em áreas de vazios de cadastro ambiental rural-CAR, diz Lívia Martins Superintendente do IBAMA em Mato Grosso. Os índices não serão reduzidos sem um trabalho conjunto entre instituições municipais, estaduais e federais. Todos tem de cumprir o seu papel.
Nossas equipes em campo tem registrado que muitos proprietários não recebem autorização de desmatamento por não possuir os documentos das propriedades e por conta e risco tem efetuado o desmate, ou seja, sem informação entram num círculo vicioso cujo resultado é o desmate ilegal. É necessário que os órgãos de regularização fundiária também façam seu papel.
Fonte: Juína News com Ibama de Juína
Ranking de alertas de alteração de cobertura vegetal na região Noroeste de Mato Grosso de Janeiro a Maio de 2016.
Fonte: INPE.
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