Metade dos médicos de Mato Grosso atua em Cuiabá, diz levantamento
Metade dos médicos de Mato Grosso atua em Cuiabá, segundo pesquisa da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) referente ao ano de 2014. Dos 4.513 profissionais do estado, 2.279 trabalham na capital mato-grossense (50,4%), enquanto 2.23
Metade dos médicos de Mato Grosso atua em Cuiabá, segundo pesquisa da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) referente ao ano de 2014. Dos 4.513 profissionais do estado, 2.279 trabalham na capital mato-grossense (50,4%), enquanto 2.234 atuam no interior. Ainda segundo o levantamento, a média de médicos em Mato Grosso é a menor do Centro-Oeste e está também abaixo do índice médio nacional.
O estado tem média de 1,42 médicos para cada mil habitantes, enquanto no Centro-Oeste esse número é de 2,20. A média nacional é de 2,09. Segundo a pesquisa, há mais homens (2.839) exercendo a medicina em Mato Grosso do que mulheres (1.651). Ainda conforme o levantamento, a maior parte dos médicos é de especialistas (62,8%), enquanto os outros 37,2% são de generalistas.
O fato de os médicos estarem atuando mais em Cuiabá do que no interior do estado não surpreende o presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT), Gabriel Felsky dos Anjos. "É uma realidade antiga. Os médicos não se sentem motivados a irem trabalhar no interior sem estabilidade, já que na maioria das vezes não existe concurso. Não existe uma carreira de estado para os médicos", afirmou.
Outro motivo, disse Felsky, é a falta de estrutura. "Os médicos acabam não tendo acesso a equipamentos, às vezes não dá para fazer exames como tomografia, ressonância. Isso fora os centros cirúrgicos", falou. Essa falta de estrutura pode levar a consequências mais graves, afirmou o presidente do CRM-MT, como levar os profissionais a cometerem erros médicos.
Felsky disse considerar o número de médicos trabalhando na capital satisfatório, mas que no restante do estado a quantidade precisa aumentar. "Cuiabá - e nesse número incluímos também Várzea Grande - está com um número bom, mas no interior o ideal seria que média fosse semelhante à nacional. Mas, como disse anteriormente, falta incentivo para levar mais médicos para essas regiões", declarou.
O levantamento, chamado de Demografia Médica no Brasil 2015, foi feito com apoio do Conselho Federal de Medicina e do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp).
Especialidades
A maior parte dos especialistas no estado é de cirurgia geral, com 398 profissionais, seguida de ginecologia e obstetrícia (378) e pediatria (357). Entretanto, algumas especialidades têm poucos profissionais, como medicina física e reabilitação (3), medicina esportiva (5) e cirurgia da mão (6). E, no caso da especialidade genética médica, Mato Grosso tem somente um especialista.
Para o presidente do CRM-MT, a baixa procura dos médicos por certas especialidades pode ser consequência da demanda da população, que não é alta. "Por isso, o profissional acaba não se interessando muito", disse. Mas, esses números podem trazer consequências tanto para os médicos quanto para a população.
"O baixo número em algumas especialidades acaba sobrecarregando o médico e faz a população ter menos acesso, sendo obrigada a procurar fora do estado", disse.
Colniza Noticias/G1 MT
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