MP e PC investigam desvio de cascalho em secretaria de Cuiabá
Denúncia revela que adjunto, que é irmão de vereador, lideraria esquema
O Ministério Público do Estado e a Delegacia Fazendária estão investigando o secretário-adjunto de infraestrutura de Cuiabá, Júlio Malheiros, por suspeita de “comercialização” de cascalho e outros materiais pertencentes à prefeitura municipal. De acordo com informações do inquérito conduzido pela promotora de Justiça, Daniela Berigo Büttner Castor, o secretário-adjunto estaria agindo em conjunto com seu motorista, Jones Campos – um ex-servidor contratado pela prefeitura da Capital e que foi exonerado em novembro de 2018.
O suposto esquema também contaria com a participação da G.O. Lima Me, empresa que teria como “testa de ferro” uma mulher denominada como “Laura”. As fraudes estariam ocorrendo desde a gestão Mauro Mendes (DEM) na prefeitura da Capital. “Segundo o noticiante, o secretário adjunto de Infraestrutura, senhor Júlio Malheiros, juntamente seu motorista ‘Jones Campos’ (contratado), estariam comercializando cascalho e outros materiais pertencentes ao município, e que isso vem ocorrendo desde a gestão anterior de Mauro Mendes. Indica, que ambos servidores possuem estreita relação com a empresa G.O. Lima ME, que supostamente tem como testa de ferro ‘Laura’, empresa essa que tem contrato com a mencionada secretaria para fornecimento de tais materiais”, diz o inquérito.
A denúncia aponta diversos contratos firmados entre a empresa e a prefeitura de Cuiabá nos últimos anos. Porém, o último deles, conforme aponta o inquérito, foi uma aquisição de cascalho, no valor inicial de R$ 783.444,77, com vigência de 12 meses.
O negócio foi oficializado em novembro de 2018. Os autos informam ainda que a denúncia que originou a investigação apontam que Júlio Malheiros elegeu o irmão – o vereador e ex-presidente da Câmara de Cuiabá, Justino Malheiros (PV) -, “só com venda de material da Secretaria”. “Relata que há informações de que o motorista Jones permanece com o carro da administração pública por 24 horas. E que dizem que Júlio elegeu o irmão dele Justino Malheiros só com venda de material da secretaria sendo de conhecimento de várias pessoas”, aponta a denúncia.
Além da suposta venda de insumos da Secretaria de Infraestrutura, a denúncia aponta também um suposto esquema de “cartas marcadas” em licitações na pasta, tendo em vista que “processos licitatórios já tem indicação dos vencedores, em especial nos procedimentos de Carta Convite”. Ainda não há denúncia oferecida à Justiça.
Fonte: Folha Max
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